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domingo, 24 de julho de 2016

As palavras

Há palavras que choram
Resultado de imagem para as palavrasE me fazem sorrir,
Outras que partem,
Enquanto algumas querem partir,
Há umas que sonham
Umas que cantam,
Outras que dançam,
E depois vêm as tuas
Que me fazem sonhar
Com a vida perfeita,
Com uma ilha deserta
Do outro lado do mar.

Depois há aquelas que chegam
E criam logo uma revolução
Elas gritam, elas imploram
Que as oiçam com atenção.

Por vezes ainda chegam
Até mim
Palavras banais
Com um som ruim,
Que quereriam elas?
Anunciarem o fim?

Há outras ainda
Por quem ás vezes fico á espera
Mas fogem antes
De eu lhes poder falar
São tão tímidas
Que têm medi
Que eu as possa magoar.

Ainda conheço outras
Que não há meio
De as conseguir calar,
Pensam ser donas do mundo,
E ai de quem reclamar,
Leva logo uma palavra torta
Que fica incapaz
De se endireitar.

Estas palavras...

Deus me livre...

Resultado de imagem para Deus me livreAi se eu não tivesse
Chegado a tempo...
Já viste o que era
Da minha vida?
Um arrependimento!
Tu já terias casado,
Já terias dito que sim,
Já a terias beijado,
Já estaríamos perante
O nosso fim.
Mais ainda bem
Que eu cheguei
E não deixei
Que tal desgraça
Acontecesse.
Já viste homem,
Do que te livrei?
Livrei e amei,
Mas nunca
Mesmo nunca
Te deixei.

Ai se eu não chegasse
Meu Deus,
Nem quero imaginar,
Tu desesperado
Por eu me ter atrasado
Pensaste que eu
Já não te amava,
Ai, ai, se eu não chegava...
Era o teu fim,
Não só o teu,
É mais o nosso,
Mas enfim...

Ai se eu não chegasse,
Ai nunca mais te via,
Eu deixar de te amar
Não deixava,
Mas depois de tanto tempo,
Eu certamente
Te esqueceria.

Ai se eu não chegasse!

sábado, 16 de julho de 2016

Se o vires...

Se o vires
Por aí à minha
Procura,
Não lhe digas
Nada relevante,
Diz-lhe apenas
Que porventura
Parti numa aventura
E o mais provável
É já estar bem distante.

Se o vires
Por aí perdido
Ou abandonado
Diz-lhe
Que não está só
E que eu
Estou com ele
Em todo o lado.

Se o vires
Por aí
Nessas montanhas
Que o céu há-de comer,
Diz-lhe
Que não vale a pena
Chamar por mim,
Pois eu já cheguei
Ao fim,
Não vou mais ouvir
Ou mesmo até pressentir
Cair,
Rocha a rocha,
Até à mais dura
E inconsolável plenitude.

Se o vires
Num estado
Cruel e que doa
Aos olhos de quem observar,
Diz-lhe
Que espere
Por mim,
Afinal vou regressar.

Se o vires
E ele continuar
Só, infeliz e à minha espera
Diz-lhe que estou
A chegar,
E não o quero ver
De rosto fechado,
Quero-o ver sorrir
Com um sorriso
Belo e encantado.

Se o vires agora
Sei que ele vai estar bem,
Eu perdoei-o
Para o nosso bem.

Mas mesmo assim,
Se o vires por ai,
Diz-lhe, que o amo!



Eu peço-te!

Eu peço-te
Permanece em silêncio!
Cerra esses teus lábios
Sedosos como a flor de amendoeira,
E não pronuncies
Mais nada,
Fica assim a vida inteira
Por favor, meu amor!
Se abres esse teu segredo
Eu vou tremer de medo
Que pronuncies palavras
Esbeltas a outra
Que não eu.

Eu peço-te
Meu rubi,
Não deixes
Que ninguém toque
Nessa pele de cor
E sabor de mel,
Por favor!
Assim, vou morrer
Só de ver alguém
Que mais do que eu
Não te quer bem
Percorrer esse teu
Tracejado meio louco
Arrepiante e desajeitado,
Que comigo muito mexeu,
Ai se mexeu, amor meu.

Eu peço-te,
Peço-te mais do que uma vez,
Quantas queres
Que peça?
Uma,
Duas,
Ou talvez três?

Amor, amorzinho,
Fecha os olhos
Sim?
Isso, agora fica assim
Para sempre,
Não vale abrir
De repente!
É que depois
Tu cruzas o olhar,
Ficas hipnotizado
Com a moça
Que passar do teu lado,
E me deixas
A mim
Sem nada nem ninguém,
Por favor!

Eu peço-te,
Mas se não quiseres
Que peça
Sempre podes,
Ou melhor, deves,
Voltar,
Vá lá amor,
Deixa-te disso,
Sabes que te continuo
A amar.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

De que me serviu?

Resultado de imagem para de que me serviuMas agora,
Mesmo neste instante,
Diz-me,
De que me serviu
Percorrer o Polo Norte
Combater por manter
O meu coração quente,
Num local onde tudo
É frio,
Para depois perguntar
Por ti aos esquimós
E me dizerem
Que não te viram,
Pressentiram,
Ou ainda ouviram
A respirar de mil amores
Por mim,
Meu amor,
Assim tornasse
Impossível dar continuidade
A esta história,
Mas sim avisto
A hora da finalidade.

De que me serviu
Pôr a saia mais rodada,
Virar uma moça perfumada
Com uma cara muito mais rosada,
E pôr aquele meio salto
Só para ti,
Só para te surpreender,
E no final
Nem um sorriso sincero
Tu nesse rosto conseguires
Pôr?
Eu juro,
Assim desisto
Meu amor!

De que me serviu
Falar-te com letras
De nobreza
Nessas cartas
Que no final
Acabaste por nem ler?
Sinceramente alguma vez
Soubeste da sua existência?
Ai moço,
Tu roubas-me a paciência!

De que me serviu
Subir ao Evereste
Para poder gritar a todos
O quanto te amo
Se depois tu ignoraste
Isso,
Como se o que pronunciei
Não fosse verdadeiro
Mas apenas
Palavras banais,
Como as outras
Que tu lês, em revistas
E jornais?

Mas de que me serviu?
Diz-me!




Tu não sabes...

Resultado de imagem para tu nao sabesEu bem sei
Que não sabes,
E é por isso mesmo
Que te vou contar
Esta história,
Mas tu tens boa memória?

Tu não sabes
Que te observo
A cada toque, cheiro
Ou sabor,
Tu não sabes
Mas para mim
Tens uma essência
Especial, meu amor!

Tu não sabes
Que te quero
Que te espero,
Mas também que me vou
Se tu não estiveres,
Por perto,
Eu sei...
Desculpa minha flor
Mas o meu coração
É demasiado esperto!

Tu não sabes
Que de ti só me
Consigo orgulhar,
És o meu rubi,
És o meu céu
És o amanhecer e luar.

Mas ambos sabemos
Que nos queremos
E o coração
Tem medo de se entregar
Sai cá para fora,
Não te vais magoar.

domingo, 10 de julho de 2016

Os rapazes lá da vila


Ai aqueles rapazes...
Não é que aqueles gaiatos
Ainda espreitam
Debaixo das saias
Das senhoras de meia idade?
Vejam, ó povo!
Vejam só que maldade!

Ai aqueles miúdos...
Não é que ainda jogam
À bola no asfalto?
Mas quando a mãe
Chama para almoçar,
Corram minhas pernas
Se não querem apanhar!

Ai aqueles malandros,
Não é que em Junho
Eles saltam
De baile em baile
Em busca de garinas
A quem irão pedir
Para casar?

Ai aqueles meninos,
Não é que não têm juízo
Mas têm bom coração?
Um deles até pediu
Em namoro a Maria Francisca
Lá do bairro, na noite de São João!

Ai aqueles garotos,
Tão marotos, mas tão amorosos
E são uma boa companhia,
Lá na vila são eles
Que nos dão diversão
E alegria!

Ai rapazes...

Ó pai

Ó pai,
À dias que me escorres
E me foges como a água
Que traça o seu caminho,
Entre os meus dedos,
Ó pai, pai meu!
De todos os meus segredos,
Quatorze são teus,
Ai Deus que faço
Sem meu pai,
Desculpa-me anjo meu,
A Deus sei que por ti
Não posso perguntar,
Pois estão de costas voltadas,
E a ti pai, ó pai!
Não quero ver partir,
Agora peço-te,
Se quiseres choro também,
Tu dizes-me ao coração
Que o faço tão bem,
Dizes-me ainda
Que o meu choro
Tem o dom de ser
A melodia do Adeus,
Ou da chegada,
Ó pai, paizinho!
Olha nos meus olhos,
Desta vez foi da chegada,
Não foi?
Eu bem sei que foi
A do regresso,
Pai, mas ó pai!
Mais uma vez eu te peço,
Não te vás,
Manda de volta
Para o inferno
O Satanás,
Mas permanece,
Ó pai, vá lá,
Vá já chega de brincadeira,
Anda cá!

Ó pai!

sábado, 9 de julho de 2016

Entre nós

Resultado de imagem para entre nósOntem bati
À tua janela,
Mas tu não me escutas-te,
Irrompi pela nossa cama,
Como alguém que te ama,
E que te consome,
Mas entre nós,
Entre tu e eu,
Existiu ai uma saudade atroz,
Que me corroeu,
E me levou.

A madrugada não tardou
A chegar
E quando despertaste
Entre laços desfeitos
Me encontraste,
E louca de desespero
Delineaste o meu rosto
Com o teu seio
Ausente de fogo posto,
E me beijaste,
Como me tocaste no nosso
Primeiro encontro,
Mas não tardaste
A cair em ti,
E dramaticamente
Declaraste o meu corpo ausente,
E partiste
Para não sofreres
A me veres entrar
Na minha última morada,
Indiretamente, olhei
Para ti,
E te vi já de cara fechada,
Porém entre nós ficou,
Uma história de amor,
Com sorrisos de dor,
Mas sem lágrimas de rancor.

Entre nós?
Ou entre tu e eu?

Se alguém me perguntar

Se alguém me perguntar
Por ti,
A verdade é que não vou mentir,
Mentir para quê?
Se só me resta sorrir,
Ou diria antes, fingir
Um sorriso?

Se alguém me perguntar
Pela nossa história,
Vou oferecer o teu retrato
Embrulhado em paixão e glória,
E com vestígios de vitória,
Essa, que foi mal acabada,
Mas afinal olha para nós,
Não passamos de uma fala
Mal interpretada,
Mas olha agora, não para nós
Mas para mim,
Não antevês um fim,
Um dia ruim,
Ou uma rima mal acabada?

Mas, se alguém perguntar...