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quarta-feira, 19 de maio de 2021

Silêncio

 Já não grito.

Dói-me me as cordas

De tanto gritar,

Todos olham

E ninguém quer saber,

Sou-vos indiferente 

E vocês para mim

Também iram ser.


Primeiro ouvia os pássaros,

Agora o tempo

Amarrou-lhes o bico

E já nem esses ouço piar,

Não sei se por acaso

Ou para me castigar.


O rio continua a bater nas rochas

Mas calou-se de repente,

Primeiro ouvia-se o rebentar

Das ondas na beira,

E já não se ouve nada ultimamente.


Só há silêncio,

E é tudo ou nada.

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