Não venho de longe

 Não venho de longe,

Sou de bem perto,

Sonho e acredito nos meus sonhos

De coração e alma,

Porque sei que vai dar certo.

E se não der?

Se não der posso ser quem eu quiser,

E venha o que vier,

Nada nem ninguém me vai derrubar,

Não sei se foi a poesia que nasceu

Para mim ou eu para ela,

Mas sei que é o meu mar

Onde nado e declamo onda a onda

Tudo o que vai dentro de mim,

E é nadando

Que irei chegar ao fim,

Ou ao início de algo mais luminoso

Que a vida tem reservada para mim.

Não venho de longe,

Mas ainda vou conseguir chegar mais além.

Onde estás?

Para onde foste?

Para onde ainda queres ir?

Que é feito de ti

Que eu já mal te consigo sentir?

Há noites em que sopras

Na minha face rosada

O vento que faz falta

Para sentir que estou a viver,

Há outras que não sinto nada,

E me pergunto 

O que estou aqui a fazer.

Há dias que vens

E me iluminas tanto

Que até me chegas a queimar,

Há dias que encobres

O céu que me cobre

E não há nada que me faça arrebitar.

Onde estás?

Diz me que eu também quero ir.

Dá-me um sinal,

Envia uma carta postal,

Diz me o teu endereço 

Que eu vou fugir para a tua beira.

Isto aqui não é viver,

Para isto prefiro morrer

E ir aí para

A tua maneira.

Onde estás?

Não

Não sei,

Nem conheço o amanhã,

Não sei como é

Nem como vai ser,

Espero que venha

E que eu cá esteja

Para poder agradecer.

Sei o que há,

Não sei o que está por vir,

Espero é que seja o suficiente

Para que possa fazer

De tudo para te ver sorrir.

És a minha jóia

Fora da caixa,

És a minha rosa 

Fora da roseira,

Não sei o que temos

Nem às vezes o que fazemos

Mas sei que a nossa história é verdadeira,

E para mim basta,

E só espero que para ti também 

Porque por ti atravesso rios 

Sem pontes,

Movo montanhas sem rodas 

Só para te ver bem.

Não sei quase nada,

Sei que te amo,

E para mim é o suficiente,

Sei que querias uma história moderna,

Mas eu prefiro algo diferente,

E se tu alinhares 

Eu até posso mudar algumas ideias,

Por ti mudo o meu mundo alucinado 

Só não me peças para mudar as minhas veias.

E agora?

Queres vir ou queres ficar?

Vem comigo,

Não te prometo nada,

Digo apenas que não te vais arrepender,

Mas vem,

Ainda temos muito para andar.

Saudade

A saudade é a raiz

Que se agarra 

Onde em tempos

Fomos felizes,

E não quebra

Nem com o passar dos anos.

Vai crescendo, permanecendo 

E ás vezes provoca danos.

Provoca danos a saudade,

Ou somos nós a fazê-los

Por a termos no peito?

É que isto de deitar 

As culpas aos outros

Também não tem jeito!

Todos temos raizes,

E quem tem raizes

Tem saudades

Porque tem vida,

E quem sente falta 

Dos momentos,

Dos velhos tempos,

É porque cada alma

Foi sentida.

Saudade.