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quarta-feira, 28 de julho de 2021

Carta á vida


Nunca fui de te pedir nada,

Sempre fui apologista 

De que “o que tem de ser

Tem muita força para o ser“,

Mas desta vez estou aqui

A olhar para o céu e a pedir 

Que de alguma forma me oiças

E faças jus ao meu pedido,

Trás para casa o meu santo querido.


Não te peço muito

Apenas que tragas para perto de nós 

Quem é nosso por direito,

Faz com que tudo corra bem

E tapa este vazio no nosso peito.


Olha por ele esta noite,

Protege-o com tudo de bom

Que ainda tens para dar,

Sopra sobre ele o otimismo 

E a esperança

Que tudo isto em breve vai acabar.


Vida!

Ouve-me por favor 

E faz o que te pedi!

O lugar dele não é aí

É aqui!


Trá-lo de Volta

E cala esta minha revolta.

sexta-feira, 2 de julho de 2021

Sinto

 Sinto a venda 

Sobre os meus olhos,

As cordas sobre os meus braços,

Já nem sinto as pernas,

Cortaram me os passos.


Querem me imobilizar,

Querem que eu pare

Quando eles sabem que não

O consigo fazer,

Querem que eu me cale

E isso nunca irá acontecer 

Porque mesmo que me calem as palavras

A minha alma fala por si,

E mesmo que um dia me levem

Eu vou sempre andar por aí,

Sobre a brisa que bate

Nas vossas caras apáticas

Sobre as vossas cabeças ao vento ,

Irei encontrar outras táticas

Para não vos deixar ao relento.


Não sou só um corpo,

E no dia que parta

Isso fará mais sentido,

Já cá não estarei 

Mas haverá sempre um poema escondido

Á espera que alguém o encontre

E me leia,

Para que se lembrem de mim.


Sinto.

quinta-feira, 1 de julho de 2021

Volta


Esta noite sonhei 

Que tinhas voltado,

E que o céu afinal 

Nunca te tinha levado,

Apenas partiste para te poderes curar,

Mas agora tinha chegado a tua cura

E tu já podes-te voltar.


Entrei em casa,

Disseram me que tinhas regressado 

Corri até ti 

E envolvi te num abraço apertado.

Um abraço que nunca tinha acontecido antes,

E eu só pedia que ficasses comigo 

Por mais uns instantes.


Tudo em ti 

Era eu,

Os olhinhos castanhos escuros 

E reluzentes mesmo quando a vida ia mal,

A boca perfeitinha e linda 

Como eu, tal e qual.


Agora acordei,

E não queria!

Ver que foi tudo um sonho 

E tu não estás aqui

Roubou toda a minha alegria.


Talvez logo quando pousar

A minha cabeça na almofada,

Voltes aos meus pensamentos 

Minha musa,

Minha fada.


Acordei sem ti,

E para mim isso não é acordar,

Se a vida fosse justa

Eras tu que me vinhas despertar.


 Volta meu anjo,

Faz este sonho real,

Não quero olhar

E não te ver ao meu lado,

Não quero viver

Sem o teu abraço apertado.


Volta.