Tive que aprender

Um dia falhou-me



O chão,
Então aprendi a voar,
Fiz uso à respiração
E não precisei mais
De me apoiar.

Um dia falhou-me
O teto,
Então aprendi a olhar
Para as estrelas,
Sabiam que estavam longe
Mas ao menos podia vê-las.

Um dia falharam-me
As paredes,
Então tive que aprender
A viver sem encosto,
Vivia como podia
Mas não ao meu gosto.

Um dia falhou-me
A visão,
Então tive que aprender
A agarrar,
Não era hábito meu
Mas tive que tentar.

Um dia falhaste-me tu,
E aí não tive
Por onde me agarrar,
Fiquei sem nada,
Fiquei sem ti,
Perdi o direito de lutar.

Caros seguidores

Boa tarde a todos, peço desde já desculpa pela ausência mas já estou de volta.Espero que tenham todos passado um excelente Natal, cheio de paz, amor, união e muita saúde. 

Parece que o ano já está a acabar e tão depressa que passou...quero desde já desejar-vos um 2019 cheio de felicidade, amor, boas energias, bons momentos, bons pensamentos, que desejem todos os vossos sonhos e se mantenham na luta.

Quero também agradecer por mais um ano de muito amor e carinho dado por vós, e prometo que em 2019 virão por aí mais novidades e muita mas muita poesia. Beijinho enorme e fiquem desse lado.

Deixa passar

Deixa passar,
Deixa que vai com pressa
O tempo em que caíste
Na falsa promessa.

Deixa passar
Que o esquecimento
Quer cair,
Se ontem choraste
Hoje tornarás a sorrir.

Deixa passar,
Não há mais nada a fazer
Passado é passado,
E tu só tens
Que aprender.

Deixa passar
Os erros feitos
E acontecidos,
Mais tarde ou mais cedo,
Serão perdoados
Mas não esquecidos.

Deixa passar,
Deixa...

A ti meu amor

Sei que por vezes
Te falhei,
E isso não deveria acontecer,
Mas perdoa-me meu amor,
Tenho tanto medo
De te perder…

Não sou a melhor pessoa
Do mundo,
E tu merecias muito mais,
Mas talvez serei a única
A estar lá quando tu cais.

Farei qualquer coisa por ti,
Sabes disso melhor que ninguém,
És um amor para mim,
Estás sempre lá
Quando não tenho mais ninguém.

Tenho saudades
Das tardes passadas ao teu lado,
Só queria que o tempo
Que  passo contigo
Fosse eternizado.

És a única que me compreende
E que me dá mais proteção,
Se não tiveres lugar no céu
Tens sempre um no meu coração.

Perdoa-me por tudo,
Sabes bem que não é por mal,
Foste um presente da vida,
E não um presente de Natal.

És a minha menina
Dou a minha vida por ti,
Sempre que precisares de mim,
Estarei sempre aqui.

Orgulho maior
Do que o que tenho por ti
Não há,
O meu coração está sempre contigo,
Vá eu para onde vá.

Obrigado é pouco
Por tudo o que fazes por mim,
Só espero ter-te sempre
Por perto,
E que a nossa ligação
Nunca tenha fim.

Valoriza-te mais
É isso que te falta,
Quanto aos que falarem mal de ti,
Não ligues a essa malta.

Doze foi a conta que Deus fez,
Quem me dera a mim
Poder conhecer-te outra vez.

Amo-te minha Diamanta,
Meu amor,
Fica comigo minha flor.

Ps:Este poema, é dedicado á minha melhor amiga, uma pessoa extremamente especial para mim e que merece mais do que o mundo.Obrigado por tudo meu amor, este é teu, espero que gostes.

Sei

Sei que te magoei
Mas confia,
Não vai voltar
A acontecer,
Eu não estava à espera
Nem sabia
O que havia de fazer.

Sei que vives apaixonado
Por mim,
E eu só não te quero magoar,
Não sei se um dia
Me apaixono,
Ou se simplesmente
Me vou deixar levar.

Sei que as saudades,
Te matam
Como a mim também,
Sei que sem ti
Não sou nada
Nem nunca serei ninguém.

Sei que és incrível,
Ficar sem ti está fora de questão,
Desculpa as minhas parvoíces,
Vá lá amor,
Vá lá coração.

Por ti, por ti mesma

A vida prega-te rasteiras,
Eu bem sei...
Mas agora diz-me alguém
Quem nunca vá cair.
Não consegues,
E sabes porquê?
Porque essa pessoa nunca vai
Existir.

Sei que o teu chão é duro
Se não fosse duro não era
O teu chão,
Podia talvez ser a tua cama
Mas tu queres isso?
Algo mais que te engana?

Aqui não há amigos,
Amados ainda pode haver,
Mas acredita,
Se caíres no poço
Nenhum deles te vai socorrer
Espera pra ver.

Faz por ti,
Ama-te a ti,
A ti, a ti mesma.

Depois de amanhã

Hoje,
Quando entrei em casa
Pela hora habitual,
Vi algo fora do normal,
Tu…
Tu ias embora,
Logo agora,
Como será possível?

As malas já estão cheias
E pousadas
Ao lado do sofá,
Mas há tanta coisa
Que não consigo perceber.

Ainda ontem
Me levaste ao cinema,
Onde éramos
Nós os protagonistas
Da história principal,
Ainda no sábado
Fomos jantar
Àquele restaurante Mexicano,
E agora olha…
Esqueceste-te?
Arrependeste-te?

Depois de amanhã
Que farei eu sem tudo
O que me fazias sentir?
Que será de mim?
Vou desistir.

Respira moça

Respira moça
Que a luta é tua
E de mais ninguém
Não permitas
Ser afetada
Por críticas  de quem
Não te quer bem.

Respira moça
Quem tem o poder
És tu,
És tu que lutas
Dia após dia,
És tu que mais do que querer
Faz por ter,
Não tens que te preocupar,
Mas sim, obviamente
Que tens de te focar.

Respira moça,
Respira…
Quem muito fala
Um dia acaba por se calar,
Muitos falam,
Mas nada se consegue aproveitar.

Respira moça
Não tens que agradar
A ninguém,
Luta por ti,
E não pelos outros.
Foca-te!
Começa,
Recomeça,
Cai e torna-te
A levantar,
Vai,
Não faz mal
Que ainda estejam
A olhar,
Respira moça.

Não percebo

Não percebo nada de chocolate,
Sei que mais doce
Só mesmo tu meu amor,
Mas ás vezes
És tão complicado
Que até aqui me dá
Uma dor.

Não percebo nada de estrelas,
Mas sei que és tu
A que brilha mais,
Não tentes concorrer
Com elas,
Que de tanto subires
Ainda cais.

Não percebo nada
De almofadas,
Mas sei que o teu colo
É perfeito!
Não é um sofá
Ou uma cama
Mas faz o mesmo efeito.

Não percebo nada de casas,
Sei que os teus braços
Têm a mesma função,
Quando me sinto desamparada,
Eles acolhem-me de coração.

Não percebo nada de tetos,
Sei que desde que te conheci
Nunca mais nada caiu
Sobre mim,
Não percebo nada
Do assunto,
Só quero que seja lá
O que for, não tenha fim.

Não percebo nada de sentimentos,
Sei que eles de mim percebem tudo,
O quê? Também não faço ideia,
Mas é como o outro diz,
-"Cada aranha na sua teia".

Não percebo nada de ti
Mas sinto tanto,
Só ainda não sei o que é,
Mas confia lindo,
E tem muita fé.

Não percebo.

Por cada

Por cada dia passado
Gira o mundo
Para o outro lado,
Por cada gaivota caída
Nasce na maternidade
Uma nova vida,
Por cada flor
Deitada ao chão
Parte-se um novo coração.

Por cada não dado
Fica o coração
Mais magoado,
Por cada mão
Que se larga
É mais um, que parte.

Por cada!

Não quero

Não quero acordar
E ver que não estás
Mais aqui
Não quero essa realidade
Porque na verdade
Nem fui eu que pedi.

Não quero um lugar
Vago à hora
De jantar,
Não quero continuar
Esta luta sozinha
À qual vou ter
Que me habituar.

Não quero adormecer
Na cama fria
Sem o teu amor,
Quero que voltes
Aos meus braços
E sentir de novo
O teu calor.

Não quero…
Não!

Sei

Sei que mereces o céu
Mas eu sou a dona
Da Terra,
Se aceitares
Este é o meu reino,
Dar-te-ei uma nova era.

Sei que mereces
O Sol,
Mas o escuro é o meu
Melhor aliado,
A luz é para os tolos
A escuridão
Para os apaixonados.

Sei bem que mereces
O mundo
No seu geral,
Só te posso
Dar o meu
Se tu o quiseres
E para ti
Não for demasiado sentimental.

Sei que mereces
Bem mais do que
O que eu posso ser,
Mas não depende
Só de mim.
E tu um dia irás compreender.

Sei que mereces,
Desculpa-me…

De costas

De costas pra mim
O que vês tu
Que eu não vejo?
Vês o mundo em si?
Ou só o teu desejo?

De mãos cruzadas
Rosto cabisbaixo,
E olhar fixo no chão,
Estás à espera
Que te empurrem
Ou de seres levado
Pela nossa oração?

De peito rijo
E boca tapada,
De que esperas tu,
Alma esvaziada?

De costas,
Te encontras,
De frente irás cair,
Lê-me de novo
Antes que te faça ir!

Não penses nisso

Se não foi,

Claramente não era para ser,

Tu tinhas mais que fazer

Do que estar ali a insistir,

No fundo sabias que o melhor

Era o que ainda estava para vir.

Agora não vale a pena

Remexer no passado,

Larga as fotos antigas,

Encontro-te já de seguida

No quarto ao lado.

Larga esse teu vício

Do "e se…"

E se nada!

Calma miúda

Ainda não dês a luta

Por terminada.

Não penses nisso

Acredita na minha palavra,

Quanto mais pensas nisso

Mais a cabeça te aldraba.

Caso complexo

O jantar está na mesa
É só te sentares
Ligares a televisão
De preferência
No canal que liga
Ao teu coração,
E comeres.

Sei que estás sozinho,
Mas foste tu que quiseste
A solidão como melhor aliada,
Até te dizia
O que estou a sentir
Mas ia entrar
Numa autêntica embrulhada.

Espero que o silêncio
Fale por si
E te deixe a remoer
No que realmente
Há para pensar,
Não vou tocar no assunto
Nem te vou questionar,
Podes descansar.

Não, eu não!

Não, não me castigues a mim
Por palavras
Que não saíram
Da minha boca,
Não me julgues a mim
Por atos de outra.

Não,
Não me maltrates
Sem ser eu a culpada
Pela tua ferida,
Não me deixes abandonada
Salvaguardando a tua querida.

Não te distancies
De mim
Por uma dor
Que não fui eu
Que te causei,
Não me fales assim
Quando não fui eu
Que me revelei.
Não te avisei?

Não faças isso comigo
Não, isso não meu amigo.

O que me resta

O que me resta
É a vida,
Ou melhor...o início dela
Não perdi o sapato,
Mas sou a moderna Cinderela.

O que me resta é dançar,
Cantar, falar, movimentar,
É gritar ao mundo
Que sou dele
E ele é meu,
E por esta caminhada fora
Não há ninguém
Tão alegre
Como eu.

O que me resta é tudo                              
Embora pensasses
O contrário,
A bola rola para
A frente,
A música é no compasso binário.

O que me resta
São pessoas,
Momentos e lembranças.

Quero

Quero ser o teu rosto
Quando a tua última lágrima cair,
Quero ser o bobo
Das feiras de Agosto
Que faz de tudo
Para te ver sorrir.

Quero ser a tua almofada
Quando estiveres
Pesada com maus pensamentos,
Quero ser o teu tudo,
Ou o teu nada
E estar lá em todos
Os teus momentos.

Quero ser o teu chão
Quando te cortarem as asas,
Quero que te deites
Sobre mim,
E neste piso faças casa.

Quero ser o teu tato,
Quando um dia
A visão te falhar,
Quero te sentir de fato
Na igreja, junto ao altar.

Quero ser a tua vida
E acompanhar-te
Até à morte,
Quero ser a tua estrela guia
Meu trevo da sorte.

Quero,
E me esmero.

Ainda

Ainda espero
Hoje, tanto tempo depois
Da tua partida,
Espero a qualquer instante
Que voltes,
E me faças respiração boca a boca
Á vida.

Ainda olho céu
Na esperança
Que possas cair
A qualquer instante,
Eras um ser de luz
Com uma presença marcante.

Ainda rezo,
Ainda choro,
Ainda me matava
Se soubesse
Que estarias de volta
Á vida,
Fazia tudo, por ti,
Mas sei
Que não há mais saída.

Mas mesmo assim
Ainda estou aqui,
Não vá o vento
Te tombar
E tu caíres
No meu aconchego,
Se acontecer,
Estou aqui,
Cai lá que eu lá te carrego.

Ainda meu anjo!

Prefiro

Prefiro ter-te em segredo
Perante todo o mundo,
Do que me roubarem de ti
Nem que seja por um só segundo.

Prefiro abraçar-te
Perante o sono profundo
Da multidão,
Do que a olhos vistos
Por inveja e indignação.

Prefiro rir-me na cara
De quem nada sabe
Do que falar toda a verdade
E atrair sobre mim
As mil palavras de maldade.

Prefiro chorar escondida
Do que me verem
E me darem por vencida.

Eu prefiro
E funciono assim,
E assim será
Até ao fim.

Abri

Meti a chave na porta,
Naquele momento
Até ela estremeceu,
Parece que também
Conhece quem nunca
Te esqueceu.

Estava tudo intacto
Desde o dia da nossa última discussão,
Eu sempre te fui fiel,
E tu pagaste-me
Na moeda da traição
Da decepção,
Pois na verdade não eras
Mais quem eu conheci,
Mas sim um monstro
Que sempre viveu aqui,
E eu, iludida pela podridão camuflada
Nunca dei conta de nada.

Um dia abri-te o coração,
Hoje fecho-te o meu portão.

Eu vou

Eu vou lutar
Até ao fim dos meus dias
Eu vou te dar
Mil e uma alegrias
Eu vou sorrir, com o olhar,
Eu vou agradecer
Por hoje poder acordar.

Eu vou sentir-me abençoada,
Eu vou caminhar,
Até à minha casa encantada.

Eu vou dar o melhor
De mim,
Mesmo que sejas pobre
No que toca a sentimentos,
Eu vou amar-te
Até nos nossos piores momentos.

Eu vou,
Mesmo que tu não vás,
Eu vou, meu amor,
Nem que te deixe
Para trás.

Por mais

Por mais que toques
Noutra mulher,
Por mais que fales
Com outra qualquer
Por mais que não me vejas mais,
Por mais que falhem entre nós
Os sinais,
Sei que a tua cabeça
Me idealiza a qualquer hora,
Sei que o que dizes,
É só da boca para fora
E nunca do coração para dentro.

Por mais que negues
Todas as minhas afirmações,
Por mais que estejas
Noutros braços,
Em mil Verões,
Tu pensas em mim,
Vives em mim,
Tens me em ti,
E isto não acabará assim.

Por mais que me mandes embora,
E mesmo que me entretenhas
Com conversas,
Eu não atendo mais
As tuas pressas.

Eu também

Eu também erro,
Também caio,
Também choro e rio,
Também tenho sentimentos,
Sim, eu também vivi
Maus momentos.

Eu também sou feliz,
Embora saiba o que
A vida custa.

Também choro
Quando me tocas
De um mau jeito,
Também te amo
Embora não leves isso
A peito.

Também  vivo por ti,
Mas vivo
Mais ainda por mim,
É assim a vida!
Sempre será assim.

Agarra

Agarra o sol,
Agarra as boas vibrações,
Agarra a felicidade,
Encontra as soluções.

Agarra!
Agarra o amor,
E não o deixes fugir,
A não ser que esteja contrariado,
Se assim for troca
De amor,
Esse está avariado.

Agarra,
Mas não sufoques,
No fundo,
No fundo,
Só tu é que sofres.

Agarra a vida,
Começa a corrida!

Agarra mulher!
Vai...
Agarra!

Eu vi-te

Eu vi-te,
Eu vi-te a abrires a porta
De coração ainda aberto,
Sabia que me ia custar
Mas não te ia ter mais por perto.

Eu olhei o telemóvel
Á espera de um sinal,
Mas de nada sabia
Nem por SMS
Nem por carta postal.

Eu esperei,
Na verdade
Nunca pensei
Esperar tanto
Como naquele dia,
Mas tu não voltavas,
Nem que eu fizesse magia.

Sei que embora longe
Pensas em nós
Todos os dias,
Vais ser um excelente
Agente de autoridade,
E dar-nos
Mil e uma alegrias.

NOTA:Este poema é dedicado a uma pessoa muito especial para mim, que neste momento se encontra longe por motivos profissionais, mas se ele vir isto, quero desejar-lhe a maior sorte deste mundo, e espero que saiba que nós todos o amamos muito.Tio Márcio, este é todo teu.Sê feliz!

Se for preciso

Se for preciso grito,
Ou canto,
Ou danço,
Ou faço o que quiseres
Se for preciso faço tudo,
Até dar voz
A um filme mudo.

Se for preciso rio
Mesmo que cá dentro
Doa,
Choro mesmo
Que já nem água haja
Para verter,
Se for preciso mato,
Ou então faço nascer.

Se for preciso piso
Com vontade de levantar,
Se for preciso bato
Com coragem de abraçar,
Se for preciso sim,
Se for preciso não,
-Ó vida!Oh indecisão.

Só se for preciso.

Por ti

Por ti luta,
Descalça o salto alto
Veste a armadura
E faz por ti,
Só por ti,
Tu consegues, vá!
Sorri!
Por ti dá tudo
E não te incapacites
De nada,
És mulher,
Ou uma lesma esmagada?

Por ti vai,
Por ti fica,
Por ti vai e volta,
Tu podes,
Se há alguém
Que tudo pode és tu.
A tua forma de estar
És tu quem dita,
Bendita sejas, mulher!

Por ti!
Só por ti
E mais ninguém.

Esquece!

Ó vida esquece!
Esquece que me tens
Entre os teus dedos,
Esquece que me guardas
Entre medos,
Mas esquece,
Esquece essa treta
De quem esquece enlouquece,
Pois na verdade rejuvenesce.

Esquece as imposições,
Esquece as tardes de Inverno
E as manhãs de Verão,
Mas não,
Não te esqueças de ti,
Tu ainda vives,
Ainda estás aqui.

Esquece quem te magoou
Quem perdeu
E não ganhou,
-Oh meu amor esquece,
Esquece!
Esquece!
Que a vida não espera
E logo, logo entardece.

Esquece!

Será?

Será que escapaste
Entre os meus braços
Amputados com a escassez
Do teu carinho?
Ou eras tu pássaro destemido
E eu vazia de mais
Para ser o teu ninho?

Será que me amaste
E eu cega de mágoas
Nem te pressenti?
Ou nunca me quiseste
E eu fascinada por ti
Me iludi?

Será que partiste
Entre os meus cabelos
Soltos ao vento
E eu anestesiada
Com a tua ausência
Nem senti
Os teus embaraços
Nos meus nós?
Deixa lá meu amor,
Um dia falaremos a sós.

Será?

Renasci

Renasci por ti,
Que és a minha luz,
Meu luar,
Meu arco-íris
Em dia chuvoso
Que me veio encantar.

Por ti vivi,
Revivi,
(Talvez seja este o melhor termo),
Deste-me vida,
Entraste em mim
Para me mostrares
A saída
E quiseste ficar,
Só por aí
Tenho mil e uma razão
Para te amar.

Renasci meu amor,
Por ti,
Voltei à vida,
Por ti, amor meu,
Que fazes deste meu abraço
Só teu.

Dei

De mim,
De mim dei tudo
Só não sabia eu
Que me irias dar tão pouco,
E que no meio
Dos meus desalentos
Fosses dizer
Que já estavas a ficar louco.

Dei de mais na verdade
Dei horas,
Dei mimos,
Dei amor,
A quem no fim
Não viu o melhor para mim,
E me mandou embora,
Sem saber
O que fazer agora.

Dei,
Porque dou sempre
Que penso
Ser verdadeiro,
Só não era amor
Para durar
Um ano inteiro.

Dei o melhor de mim,
A uma falsa cara metade
Que no início
Me amou,
E no fim
Me enganou
Com a sua crueldade.

Dei, pois dei...
Eu bem sei!

Serei

Serei preto
Ou branco
O meio termo
Nunca me assentou muito bem,
Ou serei tudo
E mais alguma coisa
Ou então não serei ninguém.

Serei paisagem
Em tela branca,
Gatafunhos
Para mim não são arte,
Chamem-me maluca,
Chamem-me demente,
Quero lá saber...
Isso pra mim
Já faz parte.

Serei o sim
Ou serei então
O não,
O talvez perdeu
A vez
E os outros ganharam
A razão.

Serei ao certo algo
O quê é que eu não sei,
Mas deixem, deixem...
Quando chegar a hora
Eu lá verei.

Não

Não, o sol já não brilha
O ar já está escasso
Eu continuo sozinha
E a precisar do teu abraço.

Não, as flores não abriram
Como tu pensavas
A Primavera passou
E tu nem estavas
Mas tencionavas estar,
Espera novamente
Talvez um dia
Ela possa regressar.

Não, o meu sentimento
Não muda,
Só se for o teu
Em relação a mim,
Mas infelizmente
Já estou habituada
Será sempre assim.

Não, é não,
Mas para um coração puro,
É uma péssima afirmação.

Do céu

Do céu

Sem grinalda

Mas com um longo

E silêncio véu

Lá caiu,

Em pleno dia,

Em pleno Inverno

E toda a gente sentiu.

Veio de fininho

Com as suas revoltas

De poder,

Tão bela,

Tão singela

Adultos e crianças

A podem ver.

E assim caiu

E assim ficou

Com a ajuda

Da temperatura

Ruas, árvores

Praças,

A noite congelou.

Veio do céu,

Vai na terra.

Eles não, minha mãe!

Mãe!Ó mãe minha mãe
Que eles não sabem
Do que falam
E cada palavra que dou
É cada palavra
Que eles aldrabam.

Mãe!Ó mãe, minha mãe.
Que eles andam apressados,
Ainda dizem
Que a poesia
É perda de tempo,
Andam tão enganados, mãe!

Eles não mãe,
Que eles acabam
Com a minha vida,
Não me entregues
A eles por amor de Deus
Que eu sou a escolhida.

Mas mãe!
Ó mãe!
Olha que eles não me calam
Pensam que sim
Mas não ó mãe
Eles não me abalam.

Eles não ó mãe!

Depois de nós

Depois, amor...
Depois a vida andou
O sol brilhou,
A areia do mar
O mar molhou,
E quanto a nós?
De nós nada restou.

Os outros viveram
Alguns por mero acaso morreram,
Mas o motivo
Não fui eu
Muito menos tu,
Aconteceu...
Como acontece tanta coisa
Assim do nada,
Uns abrem
Os outros encerram
Cada jornada.

Depois de nós vêm
Outros e outras
E mais uns tantos
Que eu nem sei,
Que vivam
Sejam felizes
Amem muito
E sofram pouco,
E que no passo
De cada erro
Se faça ouvir
Este poeta rouco.

Depois de nós?
Qual nós?

Eu sei

Sei que a esta hora
Estás arrependido
Que te chega
A doer na alma
Só de pensares
No que poderia
Ter acontecido,
Sim, eu sei,
Mas sei que de arrependimentos
É o mundo feito,
E que por mais
Que tentasses
Tu também
Não chegavas
A ser perfeito,
Eu sei.

Eu sei,
Sei tanto,
E não é por saber tudo
Que me fugiu
O encanto.

Sei,
Mas sei que tu
Também soubeste demais,
E hoje no meu canto
Ainda oiço
Tocarem os teus sinais.

Sinto falta

Falta dos dias de sol,
Falta do ar puro do campo,
Falta de inçar o anzol
No meu barco,
No meu canto.

Sinto falta dos dias
Sem fim,
Falta dos passeios noturnos
No jardim,
Falta da Primavera
Da minha infância,
Sinto falta de mim.

Sinto falta!

Tu não viste

As cartas que te escrevi,
Os versos
Que desperdicei
Só porque te vi,
As tardes de domingo
Que foram ao ar,
As saídas com os amigos
Até ao tal bar
Em que eu andava
Constantemente
A faltar,
Isso tu nunca viste
Ou se por acaso sim
Sorriste,
E prosseguiste
Sem por um único segundo
Pensares em mim.

Os beijos,
Os abraços,
As palavras
Na hora de maior aflição
Tu não viste,
Dei-te o meu coração
E desta vez
Nem sorriste.

As fotos,
As conversas
Com amigos
Que acabavam
Sempre em ti,
Tu não viste,
E se viste
Não quiseste saber,
No fundo
Sei que sou tola
Por ainda estar aqui,
A escrever-te,
Porque nem isso
Tu vais ver,
Pois não?

Depois do amanhecer

Estou aqui sentada
Na areia molhada
Pelos abraços do mar
Á tua espera.
Espero-te porque és como
As andorinhas
Regressas na Primavera.

Morta por rever
Cada traço do teu rosto
Será que ainda
Me amas?
Ou já renovaste
O teu gosto?

Sei que voltas
Pode é não ser para mim
Fico feliz
Pelo teu regresso
Já fico bem assim.

Que passe rápido
O amanhecer,
Para mais rápido ainda
Eu te poder ver.

Era só

Era só um pouco mais
De amor e a semente
Virava flor,
Era só um pouco mais
De suor
E irias ganhar um lugar melhor,
Era só mais uma viagem
E como sempre
Estavas de passagem.
Era só...

Era só mais uma carta
E mais uma vez
A ti
Nunca mais te vi,
Era só mais uma lembrança
E mais uma vez
Uma réstia de esperança
De te voltar a ter aqui.

Era só mais uma história
Mas o protagonista fugiu,
Era só mais um mundo distante
Que no fundo
No fundo
Nunca existiu.

Era só isso,
Parecia-me tão pouco
Mas disseram
Os entendidos
Que eu pedi
Como uma louca.

Ama-te

Ama-te,
Porque se tu não te amares
Ninguém mais o irá fazer
Põe-te em primeiro lugar
E vê uma nova mulher nascer.

Ama-te,
Valoriza-te,
Faz bem a ti
E só depois aos restantes
Tu és o diamante em bruto
E os outros meros brilhantes.

Ama-te...
A ti!

Porque sim

Vivo,
Sonho,
Sorrio
Porque sim,
Porque não o devo a ninguém
Somente a mim.

Corro,
Viajo,
Sou feliz
E estou bem
Porque sim,
Porque se Deus
Me deu essa virtude
Eu serei assim.

Abraço,
Beijo,
E choro
Se quiser
Sou livre,
Sou uma senhora
E porque sim?
Porque sou mulher.

Porque o porque sim
É assim graças a mim.

No dia em que partir

O silêncio sente-se
União não há,
Era para estarmos juntos
Mas eu sou a única
Que cá está.

Nada posso dizer
O pouco que sinto
A ninguém cai bem
Só queria ver-vos juntos
Mas eu...
Eu não sou ninguém!

Ela chegou e disse,
Vocês ouviram e executaram
Preferiram ouvir quem vos sabe levar
E nem para mim olharam,
Eu!
Que só pedia união!
Sei que se vão unir
No dia em que me virem
Deitada,
Pálida e apagada
No meu sobejo caixão.

Nesse dia serei feliz,
Até lá permaneço
No meu canto.
Roubaram-me a família!
Tiraram-me o encanto.

No dia em que partir.

Depois do teu adeus

Ontem depois do jantar
Vieste com a notícia
Que me ias deixar,
Logo a mim,
Que sempre te dei tudo
Nunca te pedi nada
E agora vejo a minha família
Desmembrada.

Sempre te fui fiel
Em troca só te pedia amor
Mas agora que te vais
Para ti,
Guardarei todo o meu ódio
E rancor.

Sempre tive olhos para ti
Dava o meu mundo
Ás almas
Para salvaguardar o teu
O amor que tinhas por mim
Pode ter morrido
Mas o meu sobreviveu
Apesar da tua frieza.

Depois do teu adeus
Ainda vivo
Por muito que me tenhas
Tentado matar,
Guardo-te uma raiva
Imensa
E um lugar
Bem lá no fundo
De onde ninguém
Te há de tirar.

É Natal

Dizem por aí que é Natal,
Luzes de cores bonitas,
Bolas, estrelas e anjinhos
Que estilo angelical,
É uma pena não ser
Natal todos os dias,
Pois se fosse não morriam crianças,
Havia amor, união
E mil esperanças.

O mundo viveria em paz
Mas por enquanto não vive
Apenas sobrevive
Aos atentados às últimas
Réstias de esperança.
Nós esperar
Já não esperamos nada
Porque não há mudança.

É Natal,
É teatro,
Palmas que há alegria,
Coitados que não veem
Que é ilusão
E a duração é só um dia.

Mas na fotografia
Tudo fica bem
Até parece que nos amamos
Que não há atentados
Nem nenhum refém,
Vamos lá!
Todos para Belém.

É Natal!