As minhas mãos
Estão suadas,
A minha cara quente,
As minhas lágrimas
Estão cansadas,
E este sofrimento
Só eu,
Mais ninguém sente.
As portas do portão
Do céu,
Estão abertas,
Já não me vais ver
De véu,
Agora, digo adeus
Às tuas palavras
Certas.
Desço a escadaria
Passo a passo,
Como se tivesse
Medo de te magoar,
Estou entregue à tristeza,
Consegui-te encontrar.
Aquela lápide,
Aquele pequeno verso
Com sentido de calmante,
Não me dá amor,
Dá-me a tua dor,
Torna-me angustiante.
Toda essa pedra,
A fotografia
Nos teus últimos dias de alegria,
Causa-me hoje
Uma enorme interrogação,
Do tamanho da nossa amizade,
Do tamanho do teu coração.
Ficam as flores,
E eu deitada
Na tua sepultura,
E como nada
Mais nada posso fazer
Vou contigo morrer,
E deixar
Este poema
Como moldura.
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