Blogs de Portugal

terça-feira, 22 de março de 2016

Esconderam-me...

Esconderam-me o sol,
E agora perdi o direito
Á vida,
Esconderam-me o mar
E agora sinto-me uma ninfa
Encalhada e perdida
Neste vazio escuro
Com cheiro a tudo,
E sabor a nada,
Perdi o amargo, o salgado,
O anoitecer e a madrugada.

Esconderam-me as palavras,
E entregaram-me ao sufoco,
Estou sem ar,
Sem letras,
Para respirar,
E sigo assim
Este destino que abalou
Sobre mim.

Esconderam-me os teus lábios
De mel, que roçavas
Na minha pele
E a deixavas assim oleosa,
E também teimosa,
Ao ponto de se despir
De mim,
E ir até ti,
De modo a fazer história,
Com início, meio...
E um cheiro a alecrim.

Esconderam-me o teu corpo,
E entregaram-me
Ao desespero,
Sou um amante
Sem amor,
Já viste?Fiquei ridicularizado,
Volta por favor, estou só e apaixonado.

Esconderam-me...
Procura-me!

Mágoa ausente

Hoje permaneces presente
Para minha enorme
Surpresa,
Pois tu sabes,
Na verdade todos sabemos
Que este facto não te vem
Com natureza,
Nem claramente com gentileza.

Mas hoje,
Neste dia, instauraste
Em mim a alegria
E deixas-te a permanente
Mágoa ausente
Felizmente.

Sentia falta desse
Teu calor
Que me conduz,
Que quando estás
Perto me seduz,
E esse teu brilho
No olhar, e no sorriso
Que reluz,
E me hipnotiza
Num sonho, com tons reais,
Esses teus sentidos,
São os tais,
Que me guiam.

Fica presente
Não dês sinais
De ausente,
Permanece na minha mente.

A hora do regresso

Estou aqui à porta
Ansiosa por pressentir
Os teus passos,
Em direção ao meu corpo,
Nervosa,
Por sentir essa tua
Sombra, roubar-me
Todo este meu calor
Corporal,
Vamos embora, já cheira a Natal.

Vim buscar-te como prometido,
Aqui estou eu,
De esperança na alma,
E sorriso iludido
No rosto,
Vem rápido,
Não me deixes morrer
Assim,
Com este fim,
Com este desgosto.

Aqui vou permanecer.
Não voltas?
Então deixa-me falecer
Com este sofrimento,
Que com este vento,
Me atinge no momento
Sem espaço para esperar
O teu abraço,
E assim aqui fico,
Aqui,
Nesta entrada, revoltada,
Eu me desfaço.