Blogs de Portugal

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Já fui quase milionária,sabes?

Não sei se te contei
Não sei se anotei,
Nem mesmo se estive quase lá
Mas no fim me calei,
Mas já quase fui milionária!

Não tinha muito...
Tinha o suficiente!
Tinha o teu pai
E tê-lo ja era como ter
A sorte grande,
Era como ter Deus do meu lado,
Mas só ao meu e de mais ninguém
Eu pudia não ser perfeita
Mas ele acabava por me fazer
Tão bem!

Tinha duas água-marinhas
No lugar dos olhos
Um narizinho de bebé
E quando abria a boca
Era como se pudesse observar
O amanhecer entre aqueles recantos
A qualquer hora do dia.

Já fui quase milionária
E quando nasceste tu,Júnior,
Aí tive a certeza
Que era a pessoa mais rica
Do Universo,
Tinha dois mundos
E odiava-os em sentido inverso!
Já fui quase milionária,sabes?

Obscuridade

Estou perante o túnel
Que a noite desenhou
Para mim
É tempo de pensar na vida
De relembrar emoções,
De juntar corações partidos
Empilhados de sensações.

Ainda tenho muito pela frente
Para trás ainda não olhei,
—Ó alma efémera
Qual das vossas presenças
Me darás,
A estrela guia do Oriente,
Ou a supernova de Monsaraz?

Perdida não estou!
Duvidosa do meu redor talvez
Mas eu sou jovem
Com um coração bondoso
E irei resolver-me de uma só vez.

O dia está a vir!
Vou-me retirar,
Adeus ó noite!
Adeus!
Vieram-me salvar.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Não sei como dizer-te

Não sei como dizer-te
Que o teu olhar
É como um farol que me guia
Numa madrugada
De nevoeiro,
Logo a mim, que nunca fui de mar
Nem de amar,
E agora me cobres por inteiro.

Não sei como dizer-te
Que me cegas
Com a geleia enlouquente
Das tuas palavras,
Sei que são poucas,
Raras até,
E sinceramente ainda não entendi
Porque é que quando
As vais dizer as travas?

Não sei mesmo como dizer-te
Que este caso se  começa
A agravar,
O médico diz que me diagnosticou
Paixoneta aguda,
Mas cá para mim
Ele só está a inventar.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Ó mãe

Ó mãe, o mundo anda tão pobre!
Já ninguém ama
Todos se matam
E ninguém os socorre!

Ó mãe, minha mãe, vê só!
Há quem tenha muito
Outros nada têm
E neste meu país
São mais os que vão
Do que os que vêm.

Ó mãe, mãezinha
Olha que eles criam tudo
E destroem em demasia,
Mãe, leva-me mãe
Senão eles acabam
Com a minha poesia.

Ó minha mãe!