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domingo, 4 de dezembro de 2022

Se queres

 Se queres saber para onde vou

Olha nos meus olhos
E irás descobrir,
Se queres saber de onde venho
Olha para as linhas do meu rosto
Que elas não te vão mentir.

Se queres saber se sou capaz
Olha para as minhas mãos,
Se queres saber se é difícil
Olha para a minha boca,
Se queres saber se vim de longe
Olha para a minha roupa.

Se a minha luta para ti é fácil
Calça as luvas
E vai lutar por mim,
Se achas que estou perto do início
Vem comigo e eu mostro te
Onde é o fim.

Fácil é falar
Para quem observa na bancada,
Experimenta tentar
Ou então fica calada.



quinta-feira, 7 de julho de 2022

 As noites fazem-se frias,

Mas nunca mais frias

Do que o meu peito

Após a tua partida,

E por mais que dê voltas

Á casa,

Nunca encontro uma saída. 


O teu voo deixou rasto,

E vazio neste espaço 

Onde agora me deito

E pergunto vezes sem conta

Onde tu estás.

Eu pedi, pedi muitas vezes,

(Não te vás!)

Mas tu foste,

A tua hora estava marcada,

Eu é que nunca ligo

Ás horas

E agora fiquei só e desamparada. 


Ainda voltas?

Ainda me vens buscar?

Não sei,

Mas ainda acredito

Que venhas e me leves

Para onde quer que queiras ir,

Só te peço,

Leva-me contigo,

Segura-me,

E não me deixes mais cair. 


Leva-me na tua asa.

quarta-feira, 27 de abril de 2022

Pego

 Pego neste copo,

Aqui vai mais um trago

De tantos que já dei,

Tenho tantas coleções de álcool 

E desejos que na verdade nunca desejei. 


O dia está-se a ir,

E eu aqui fiquei,

Entre estas escadas que mesmo

No início só me lembram o fim

Onde eu um dia chegarei. 


Eu o hoje sei que o vivo

Até ao último segundo,

Quanto ao amanhã ainda não tenho nada

A falar,

Ainda não lá cheguei

Não sei se estou cá

Ou do outro lado,

Sei que dou tudo de mim

Esteja um dia de sol

Ou um dia nublado. 


Não sei do amanhã,

Mas sei que hoje eu vivi,

Se não me vires mais por aí,

Fica sabendo que fui feliz aqui. 


No dia antes de amanhã,

Eu vivi.


domingo, 17 de abril de 2022

No fim

 E no fim acabamos

Por ser apenas nós.

Nós os dois,

Um do outro,

Juntos e conectados

Por algo que não se vê

Mas sente-se…

Com todo o corpo

Com toda a alma,

Com toda a pressa

E com alguma calma.


Os teus lábios

Sabem a mel como da primeira vez,

Os teus dedos

São a prosa

Que Deus fez,

E esse abraço?

É a casa que eu sempre procurei

E não sabia que existia,

É o porto de abrigo

Que eu procurava

Sem saber se realmente existia.


O homem sente,

A chama acende,

E o amor acontece.

Dizem por aí

Que cada um tem aquilo que merece.



quarta-feira, 30 de março de 2022

Bom dia a todos. Espero que se encontrem bem.

Quem estiver interessado em comprar o meu livro "Um Poema, Um Desabafo" pode enviar-me mensagem para o meu instagram emiliasilva10 ou deixar aqui um comentário. 

O meu livro tem o valor de 16€.

Faço envios pelos ctt e entrego em mãos no concelho de Alijó. 

Obrigada e até breve.




quinta-feira, 17 de março de 2022

Apresentação do meu livro

Boa tarde a todos/as.

No dia 19 de Março (sábado) vou apresentar o meu livro "Um Poema, Um desabafo" na Biblioteca Municipal de Alijó ás 15:00 horas.

Espero poder contar com a vossa presença neste tão esperado dia.

Se nós sonhamos, nós podemos realizar. 

Venham ter comigo e juntos celebraremos esta minha mas também vossa conquista.

Obrigada por todo o apoio que sempre me deram e fiquem atentos porque vêm novos poemas a caminho. Beijinhos. 


domingo, 6 de março de 2022

Estou

 Estou a ir para casa,

A caminhar pela mesma calçada de sempre
Com o sorriso de sempre
Mas com um motivo diferente.
És tu!

Tu que me fazes rir
Mesmo não estando presente,
Que me fazes erguer
Quando estou no chão,
Assim de repente,
E agora olho á volta
E percebo que o mundo,
A vida, é sobre isto.
É sobre quem nos faz feliz
Só de nos lembrar mos
É sobre quem nos faz bem
Nem sempre estando aqui,
É sobre quem é luz
Mesmo estando no meio do negrume.

És tu,
E quem raio mais poderia ser?

Tu e o coração de sempre
Que olhas mais por mim
Do que por ti próprio
E acudes me sempre
Que estou a precisar,
És tu que mesmo sem eu dizer
Vens ou me fazes lembrar
Que embora esteja a humanidade
Aparentemente perdida
Não faz mal acreditar.

Acreditar que ainda há esperança,
Que quem carrega uma arma
Pode ter coração,
Que quem permanece calado
Mesmo em silêncio
Ainda tem poder de decisão.
És tu,
E eu fico feliz por saber
Que o És. 

sábado, 29 de janeiro de 2022

Informação

 Bom dia a todos/as. 

Venho por este meio informar todos os meus seguidores, leitores, amigos e familiares que o meu livro já se encontra á venda online.

Deixo-vos aqui o link para quem o quiser adquirir.

A quem for do concelho de Alijó e estiver interessado/a pode-me contactar pelo meu facebook "Emília Silva" e enviar mensagem privada.

Muito obrigado a todos pelo amor e carinho.

Sem vocês desse lado nada disto faria sentido

Deixo-vos aqui o link para acederem ao livro.

Beijinhos grandes.

https://www.facebook.com/artelogy/

https://www.facebook.com/artelogy/shop/




terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Talvez

 Talvez o amanhã

Não chegue,

E hoje seja o nosso último dia aqui

Nesta vida,

Talvez não cheguemos

Ao fim do dia de hoje

E esteja bem perto a nossa partida.


Dizemos "até amanhã"

Como se tivéssemos uma bola de cristal

E realmente soubéssemos

O que irá acontecer,

Mas a verdade é que nada

É garantido

E só nos resta viver cada dia

Como se fosse o último.

E um dia iremos acertar,

Mas ao menos partimos sabendo

Que demos o que tinhamos a dar.


Mostrar, dar, e receber amor

Nunca é demais,

Mas uns dão tanto

E outros tão pouco…

(Talvez por não sermos iguais).


Talvez eu esteja a falar em vão,

E ninguém me vá entender,

Mas um dia que vos levem

O coração,

Vocês vão-me ler e ver

Que não sou assim tão descabida,

Apenas vivo cada dia

Mentalizada que chegará

A hora da minha partida. 

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Somos

 Somos de vidro

Apesar de muitos usarem

Uma armadura de aço,

Somos frágeis 

E estremecemos a cada passo.


Somos de luz,

Apesar de muitos se esconderem

Na escuridão,

Somos de carne e osso

E também temos coração.


Somos de mar,

Ele escorre tanto

Na nossa face

Quando algo nos toca,

Somos tocáveis

E vamo-nos abaixo

Quando algo nos provoca. 


Somos bombas-relógio

A contar cada segundo 

Para que possamos rebentar,

Somos rosas

Cheias de espinhos

Para ninguém se aproximar.


Somos um todo,

Apesar de muitos

Quererem agir por conta própria,

Somos um só,

Apesar de todos os fantasmas 

Que possam surgir.


Somos muito,

E ainda mais haverá 

Para se ser.

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

A ti

 Irrompeste o meu peito

Como uma bala de melatonina

Que me estremeceu

Com o seu impacto

E ali me deixou,

Deitada naquele chão 

Suspensa,

Pela nuvem de emoções 

Que me trouxeste,

Mas pronta a despertar. 


Ao início faltou me o ar,

Como se os meus pulmões 

Tivessem secado ali,

Naquele momento,

Mas dentro de segundos

Voltei a mim,

E comecei a respirar

Embora ofegante pelo choque. 


Fiquei acordada

Mas ainda confusa 

Com tudo o que se estava a passar,

Tiraste-me do meio da escuridão 

E devolveste me a vida

Como a que se dá a uma criança na hora

Dela nascer. 


Naquele dia,

Ali,

No meio dos teus braços quentes,

Renasci

E voltei a viver.


sábado, 1 de janeiro de 2022

 Vagueio despida por

Entre este monte que me afronta,
E deixo que a noite fria
Caia sobre a minha alma.

Preciso de encarar a noite
Tal como ela é,
Fria e lá no fundo por entre os vales
Também doce, a espreitar...
Preciso de sentir o vento
Para sentir que ainda vivo
E que amanhã ainda poderei despertar.

Os cães ladram a quem passa
E não reconhecem,
Tal como a vida faz
A quem não se agita,
A quem vagueia e não age
Para que possam acordar
Do sono monótono
E fazer pelo viver.

Subo até ao cimo da capela
E ali fico,
Desperta mas em silêncio
Para ler o meu ser
Perante uma vila que dorme
Ao ver o sol desvanecer...